Socorro! Não quero pegar dengue

Raquel Derevecki

Milhares de folhetos de prevenção à
dengue foram entregues

A auxiliar administrativa Lourdes Santana chegava ao acampamento com o esposo Ezequiel e a filha Patrícia quando percebeu muita movimentação. Já passara a hora do almoço e muitos acampantes entravam nos ônibus segurando livros e panfletos. Os três não perderam tempo. Localizaram o grupo de jovens da igreja Adventista de Artur Nogueira, cidade da família, e também saíram para o trabalho. Eles foram “impactar Socorro” de várias maneiras e uma delas era prevenir a dengue. “Esse trabalho mostra que o jovem adventista não se preocupa apenas com a espiritualidade, mas também com a saúde”, afirma Lourdes.

Moradores como a costureira Bruna Miguel de Lima entenderam a mensagem e ficaram agradecidos. Segundo ela, nunca um grupo visitara seu bairro alertando a população a respeito da doença. “Acho que o pessoal tem preguiça de subir o morro”, brinca a costureira que mora num dos pontos mais altos do bairro.

Apesar de não receberem muitas visitas informando sobre o assunto, para moradores como a aposentada Ercília Moraes, prevenir a dengue virou rotina. “Eu não deixo água empossada e os únicos pneus que existem aqui em casa são os do carro”, afirma com um sorriso.

O contato pessoal é um dos principais fatores
para o sucesso do projeto

A alegria de Dona Ercília ao conversar com os jovens é um dos principais motivos do projeto. De acordo com o jovem voluntário e jornalista André Bastos, este contato pessoal até quebre preconceitos. “Algumas pessoas veem os cristãos como pessoas muito sérias, mas nestes momentos em que elas veem um sorriso, modificam seu conceito.”

Se depender dos jovens adventistas, Socorro não terá muitos casos de dengue nos próximos meses.